O custo médio dos voos entre Congonhas e Recife aumentou de R$ 2.605 para R$ 5.855; para um profissional, os ingressos são considerados de 'padrão mínimo'.
Dados da plataforma Voopter
mostram que as passagens aéreas aumentaram 120% em janeiro de 2023 em
comparação com 2021. Alternativamente, as passagens aumentaram 124% para a
véspera de Ano Novo em 2022 - que também é o mesmo ano de 2021 - de acordo com
o site de comparação de preços.
O aumento dos preços das
passagens começou meses atrás devido ao aumento da demanda por viagens e ao
querosene usado na aviação. Isso coincide com o fim da pandemia de influenza.
Voopter afirma que 9 das 10
rotas mais populares da véspera de Ano Novo são mais caras do que no mesmo
período do ano passado. Uma análise mais aprofundada dessa alegação também
mostra que o preço de janeiro é o mesmo.
O custo médio de um voo entre
os dois aeroportos no Brasil aumenta 124% no Réveillon. A mudança se deve aos
voos entre os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Recife. Um único voo
entre Guarulhos e Fortaleza custa 15% menos do que há um ano.
Apesar de já reservar um
quarto de hotel, a médica Luana Passos e o namorado Anderson Kazuo quase
mudaram o destino das férias por causa do alto custo da viagem. Resolveram ir
de São Paulo para o Rio na última semana antes do Natal. Eles conseguiram
comprar passagens de ida e volta por R$ 1.000.
Luana afirmou que fecharam a
casa depois de outubro porque precisavam dos ingressos. Eles escolheram voar em
vez de pegar um ônibus, pois levaria mais tempo e custaria mais dinheiro.
A passagem de ida e volta mais
cara custou R$ 2.132,10; o segundo mais caro foi de R$ 1.916,10; e o terceiro
mais caro foi de R$ 1.463,10. Já os voos de ida e volta entre o aeroporto do
Galeão, no Rio de Janeiro, e o aeroporto de Fortaleza, no Ceará, custam apenas
R$ 465,90. A passagem de ida e volta mais barata foi entre o aeroporto de
Fortaleza e o aeroporto do Galeão por R$ 465,90.
Os ingressos precisam ser pelo
menos tão caros.
André Castellini, consultor da
Bain & Company e especialista em aviação, acredita que a queda
significativa do preço do petróleo ou a valorização do dólar são duas
tendências que podem reduzir as tarifas nos próximos meses.
Castellini acredita que as
empresas precisam manter o preço atual de suas passagens para se manterem
operacionais. Ele afirma que a análise de terceiros das finanças dessas
empresas mostra que os preços dos ingressos são pelo menos adequados - mas não
o suficiente para pagar dívidas ou financiar o capital.
As companhias aéreas mantêm
estrategicamente suas passagens mais disputadas, recusando-se a aumentar
significativamente as opções de voos. Apesar disso, eles ainda aumentam o
número de lugares para onde voam. Apesar do aumento da frequência de voos, eles
não acompanharam o ritmo um do outro.
As empresas podem manter seus
preços atuais atraindo mais consumidores interessados em viajar. Segundo
Decolar, as buscas por passagens aéreas aumentaram 85% na primeira quinzena de
dezembro em relação ao mesmo período do ano anterior – tanto para voos
domésticos quanto internacionais. Esse aumento foi ainda maior do que em
novembro - mais de 220%.
Antes do vírus, papel Gol,
AZUL4 e Latam custavam moedas diferentes. No entanto, Castellini acredita que
os preços mais altos das passagens cobradas por essas empresas não resultaram
em lucros maiores – na verdade, o papel da Gol está atualmente avaliado em 14%
de seu valor antes do surto, e Azul e Latam estão avaliados em 16%. Em vez
disso, ele acredita que as ações dessas empresas seriam mais valiosas se os
preços mais altos dos ingressos levassem a mais ganhos financeiros.